Mestre, são plácidas
Todas as horas
Que nós perdemos,
Se no perdê-las,
Qual numa jarra,
Nós pomos flores.
Não há tristezas
Nem alegrias
Na nossa vida.
Assim saibamos,
Sábios incautos,
Não a viver,
Mas decorrê-la,
Tranquilos, plácidos,
Lendo as crianças
Por nossas mestras,
E os olhos cheios
De Natureza...
À beira-rio,
À beira-estrada,
Conforme calha,
Sempre no mesmo
Leve descanso
De estar vivendo.
O tempo passa,
Não nos diz nada.
Envelhecemos.
Saibamos, quase
Maliciosos,
Sentir-nos ir.
Não vale a pena
Fazer um gesto.
Não se resiste
Ao deus atroz
Que os próprios filhos
Devora sempre.
Colhamos flores.
Molhemos leves
As nossas mãos
Nos rios calmos,
Para aprendermos
Calma também.
Girassóis sempre
Fitando o sol,
Da vida iremos
Tranquilos, tendo
Nem o remorso
De ter vivido.
Odes/ Ricardo Reis
4 comentários:
Sabem tão bem estas horas plácidas! hoje apliquei este ensinamento do mestre.
beijinhos
Oláaa, como sou frequentadora voraz de seu blog, nada mais justo que divida com você o selo que ganhei, é só passar lá e pegar para ti e seguir as regras (sempre as regras). Beijos.
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É que sabem mesmo bem, "partilha de silêncios"!
Beijinhos :)
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Muito obrigada pela simpatia, Gisleida :)
Ultimamente, e porque disponho de pouco tempo para os blogues, tenho colocado os selos que me oferecem na barra lateral de cada blogue com a ligação de quem mo atribuiu. Se achar bem, farei o mesmo com o seu.
Beijinhos :)
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