Choro, metido na masmorra
do meu nome.
Dia após dia, levanto, sem descanso,
este muro à minha volta;
e à medida que se ergue no céu,
esconde-se em negra sombra
o meu ser verdadeiro.
Este belo muro
é o meu orgulho,
que eu retoco com cal e areia
para evitar a mais leve fenda.
E com este cuidado todo,
perco de vista
o meu ser verdadeiro.
do meu nome.
Dia após dia, levanto, sem descanso,
este muro à minha volta;
e à medida que se ergue no céu,
esconde-se em negra sombra
o meu ser verdadeiro.
Este belo muro
é o meu orgulho,
que eu retoco com cal e areia
para evitar a mais leve fenda.
E com este cuidado todo,
perco de vista
o meu ser verdadeiro.
Rabindranath Tagore (7/05/1861 – 7/08/1941)
in "O Coração da Primavera", tradução de Manuel Simões
in "O Coração da Primavera", tradução de Manuel Simões
3 comentários:
Para ler e reler
Belo e profundo
Com pundonor, ensoberbecendo, retoca a cal e areia a vida, fugindo do seu ser verdadeiro.
Com cuidado esconde-se na negra sombra e perde o seu "eu".
Convida a pensar.
Faz parte de muitas vivências.
O orgulho é um sentimento elevado, mas quando moderado e quando não impede a manifestação do verdadeiro "eu" e evita a ferida em "si" e nos outros.
É sempre muito interessante passar por aqui.
Muito obrigada Mar Arável e Hanaé Pais :)
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