Devido ao facto de as mulheres e os escravos pertencerem a um só grupo e viverem juntos, e de nenhuma mulher, nem mesmo a esposa do chefe da casa, viver entre os seus iguais - outras mulheres livres - dá-nos a noção de que a posição social dependia muito menos do nascimento do que da ocupação ou função. Esta ideia está patente no livro de H. Wallon, Histoire de l'esclavage dans l'antiquité, I, p. 77 segs (1847), que fala de uma "confusion des rangs, ce partage de toutes les fonctions domestiques": "Les femmes... se confondaient avec leurs esclaves dans les soins habituels de la vie intérieure. De quelque rang qu'elles fussent, le travail était leur apanage, comme aux hommes la guerre".
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"O último estágio de uma sociedade de operários, que é a sociedade de detentores de empregos, requer dos seus membros um funcionamento puramente automático, como se a vida individual tivesse realmente sido afogada no processo vital da espécie, e a única decisão activa exigida do indivíduo fosse deixar-se levar, por assim dizer, abandonar a sua individualidade, as dores e as penas de viver ainda sentidas individualmente, e aquiescer num tipo funcional de conduta entorpecida e «tranquilizada»."
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Hannah Arendt, A Condição Humana, Relógio d'Água, 2001, p.392 (o original data de 1958)