sexta-feira, 25 de novembro de 2011
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Herberto Helder, "Deixarei os jardins a brilhar com seus olhos"
Deixarei os jardins a brilhar com seus olhos
detidos: hei-de partir quando as flores chegarem
à sua imagem. Este verão concentrado em cada espelho.
detidos: hei-de partir quando as flores chegarem
à sua imagem. Este verão concentrado em cada espelho.
O próprio movimento o entenebrece. Mas chamejam os lábios
dos animais. Deixarei as constelações panorâmicas destes dias
internos.
Vou morrer assim, arfando entre o mar fotográfico
e côncavo e as paredes com as pérolas afundadas.
dos animais. Deixarei as constelações panorâmicas destes dias
internos.
Vou morrer assim, arfando entre o mar fotográfico
e côncavo e as paredes com as pérolas afundadas.
E a lua desencadeia nas grutas o sangue que se agrava.
Está cheio de candeias, o verão de onde se parte,
ígneo nessa criança contemplada. Eu abandono estes jardins
ferozes, o génio que soprou nos estúdios cavados.
Está cheio de candeias, o verão de onde se parte,
ígneo nessa criança contemplada. Eu abandono estes jardins
ferozes, o génio que soprou nos estúdios cavados.
É a cólera que me leva aos precipícios de agosto, e a mansidão
traz-me às janelas. São únicas as colinas como o ar
palpitante fechado num espelho. É a estação dos planetas.
Cada dia é um abismo atómico.
E o leite faz-se tenro durante os eclipses.
traz-me às janelas. São únicas as colinas como o ar
palpitante fechado num espelho. É a estação dos planetas.
Cada dia é um abismo atómico.
E o leite faz-se tenro durante os eclipses.
Bate em mim cada pancada do pedreiro
que talha no calcário a rosa congenital.
A carne, asfixiam-na os astros profundos nos casulos.
O verão é de azulejo.
É em nós que se encurva o nervo do arco
contra a flecha. Deus ataca-me na candura.
que talha no calcário a rosa congenital.
A carne, asfixiam-na os astros profundos nos casulos.
O verão é de azulejo.
É em nós que se encurva o nervo do arco
contra a flecha. Deus ataca-me na candura.
Fica, fria, esta rede de jardins diante dos incêndios.
E uma criança dá a volta à noite, acesa completamente
pelas mãos.
Herberto Helder (nasceu a 23/11/1930)
pelas mãos.
Herberto Helder (nasceu a 23/11/1930)
in Cobra, Poesia Toda, Assírio & Alvim, 1979
sábado, 12 de novembro de 2011
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
No Fate, Poem for Peace de Maria Henriques
No fate no hate no war,
no more dead children on the floor
no more blood inside the silence of the dark holes
no more dying women all alone.
We need to have more Peace
And no more darkness
nor hate
nor war,
let's create something new
some new souls;
lets try to give our world much more
Love.
But no more fate
no hate
no war.
And no more dead children on the floor.
Maria Henriques
Este poema foi enviado pela Maria Henriques ao “Poetry for Peace Contest”, organizado pelas Nações Unidas, cuja votação terminou a 14 de Outubro p.p., e que, gentilmente, me autorizou a publicá-lo aqui, o que mais uma vez agradeço, e que se encontra em: http://www.un.org/disarmament/special/poetryforpeace/poems/henriques/, esperando que os amigos Bloggers for Peace gostem como eu gostei.
Etiquetas:
#blog4peace,
#blogblast4peace,
Blogosfera,
Cidadania,
Cultura,
Ler os outros,
Literatura,
Maria Henriques,
No Fate,
ONU,
Paz,
Poem for Peace,
Poesia
Subscrever:
Mensagens (Atom)