Quem me
dera que eu fosse o pó da estrada
E que os
pés dos pobres me estivessem pisando…
Quem me
dera que eu fosse os rios que correm
E as
lavadeiras estivessem à minha beira…
Quem me
dera que eu fosse os choupos à margem do rio
E tivesse
só o céu por cima e a água por baixo…
Quem me
dera que eu fosse o burro do moleiro
E que ele
me batesse e me estimasse…
Antes isso
que ser o que atravessa a vida
Olhando
para trás de si e tendo pena…
Poema XVIII de O Guardador de
Rebanhos
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