quinta-feira, 2 de abril de 2009

Hölderlin

Só agora compreendo o homem, agora que estou longe dele e vivo na Solidão.
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Por toda a parte nos resta ainda uma alegria. A dor pura entusiasma. Quem sobe sobre a própria miséria, está mais alto. E é magnífico saber que só na dor sentimos bem a liberdade da alma. (Hyperion)
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A Rosa
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Suave irmã!
Onde irei buscar, quando for Inverno,
As flores, para tecer coroas aos deuses?
Então será, como se eu já não soubera do Divino,
Pois de mim terá partido o espírito da vida;
Quando eu buscar prendas de amor aos deuses,
As flores no campo escalvado,
E te não achar.
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Aplauso dos Homens
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Não é meu coração sagrado e cheio de mais bela vida
Desde que amo? Por que é que mais me estimáveis
Quando era mais orgulhoso e brutal,
Mais verboso e mais vazio?
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Ai! à turba agrada o que é bom para o mercado,
E o servo só sabe honrar o violento;
No divino só crêem
Aqueles que o são.
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O Imperdoável
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Se vós, amigos, esqueceis, se escarneceis o artista,
E entendeis mesquinho e vulgar o espírito mais fundo,
Deus perdoa-vo-lo; mas não perturbeis
Nunca a paz dos que se amam.
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Hölderlin (1770-1843)