Agora que sinto amor
Tenho interesse no que cheira.
Nunca antes me interessou que uma flor tivesse cheiro.
Agora sinto o perfume das flores como se visse uma coisa nova.
Sei bem que elas cheiravam, como sei que existia.
São coisas que se sabem por fora.
Mas agora sei com a respiração da parte de trás da cabeça.
Hoje as flores sabem-me bem num paladar que se cheira.
Hoje às vezes acordo e cheiro antes de ver.
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Alberto Caeiro/ O Pastor Amoroso
3 comentários:
Olá Josefa
Lindo poema. Conheço poucos de Caeiro, por isso não conhecia. E o brigada também pela excelente música que tem partilhado.
Um beijinho
A linha sinusoidal dos humores de Pessoa (no caso Caeiro), tinha momentos de grande exaltação, de alegria, de amor, que depois expressava magistralmente como é o caso deste poema, que eu desconhecia.
Obrigado pela partilha.
O amor transforma!
Muito bonito.
beijinho
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