E toda a gente sabe como as grandes constipações
Alteram todo o sistema do universo,
Zangam-nos contra a vida,
E fazem espirrar até à metafísica.
Tenho o dia perdido cheio de me assoar.
Dói-me a cabeça indistintamente.
Triste condição para um poeta menor!
Hoje sou verdadeiramente um poeta menor.
O que fui outrora foi um desejo; partiu-se.
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Adeus para sempre, rainha das fadas!
As tuas asas eram de sol, e eu cá vou andando.
Não estarei bem se não me deitar na cama.
Nunca estive bem senão deitando-me no universo.
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Excusez un peu... Que grande constipação física!
Preciso de verdade e da aspirina.
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(de Poemas/Álvaro de Campos)
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(de Poemas/Álvaro de Campos)
6 comentários:
Pois é, eu também tenho estado com uma constipação... mas já estou melhor. E não fiquei assim tão zangada :)
Beijos
Maria Josefa,
esta para mim chega-me:
"Nunca estive bem senão deitando-me no universo."
Um abraço.
Obrigada Benjamina.
Fernando Pessoa era mais sensível, por certo.
Beijinho.
Miguel, essa é "a" frase, além da que diz que precisa "da verdade" (além da aspirina). A descrição dos efeitos da constipação, comum a todos nós, é apenas um meio.
Muito obrigada.
Um abraço.
«Preciso de verdade e da aspirina.»
Nem mais! :-)
Beijinho
Nem mais, Nicolina!
Muito obrigada e um beijinho:)
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