«Pela estrada da Vida vai andando,
E, aos que vires passar, interrogando
Acerca do Amor, que hás-de encontrar.»
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Fui pela estrada a rir e a cantar,
As contas do meu sonho desfiando ...
E noite e dia, à chuva e ao luar,
Fui sempre caminhando e perguntando ...
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Mesmo a um velho eu perguntei: «Velhinho,
Viste o Amor acaso em teu caminho?»
E o velho estremeceu ... olhou ... e riu ...
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Agora pela estrada, já cansados,
Voltam todos pra trás desanimados ...
E eu paro a murmurar: «Ninguém o viu! ...»
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(1894-1930)
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(1894-1930)
9 comentários:
Maria Josefa,
somos incorrigíveis.
A Benjamina também o fez. Todos "postamos" sonetos da Florbela.
Que melhor homenagem ...
Um abraço.
Miguel,
Só me apercebi disso quando fui comentar o seu postal de hoje, uma vez que me esqueci de publicar este soneto ontem.
E ainda bem que não me lembrei da data porque, quem sabe, poderia ter a tentação de escolher um dos ainda mais sofridos.
E agora também não vou analisar-me por causa do esquecimento de ontem e da coincidência de hoje. A homenagem é para todos os dias.
Um abraço.
Olá Josefa
Eu só dei conta hoje, tenho andada um pouco arredada da blogosfera... e passou-me por completo o dia do nascimento e morte de Florbela Espanca. O Miguel foi generoso comigo, pois eu "postei" um poema dela, não ontem, mas no dia 11/09.
Não conheço toda a poesia de Florbela, mas do que conheço, tudo é lindo, emotivo e triste!
E este é particularmente belo, a busca do amor, que decerto nunca encontrou fora dela...
Beijos
Benjamina, o Miguel confundiu-a com a Analima, que também publicou um soneto ontem.
Como leu no meu comentário, eu fi-lo por mera coincidência.
Um abraço.
Olá Josefa,
É sempre oportuno um soneto de Florbela, independentemente das datas!...Toda a sua sensibilidade é de grande sabedoria afectiva.
Bjs,
Manuela
Boa memória
Manuela e Mar Arável, muito obrigada pelos vossos comentários.
Abraços.
É intorneável: cada vez que leio este poema comovo-me.
É inexplicável!
O Sofrimento pelo Amor, realmente era doentio, contudo, não completamente descabido.
ACSereno, obrigada pelo comentário. De facto, principalmente a última frase do soneto "Ninguém o viu!", e tratando-se da busca do Amor, acaba por ser desarmante e comovente, a até mesmo frustrante para quem o procura e que possa convencer-se de que nunca o encontrará. Neste caso, há que continuar em frente, não "voltar para trás", não desistir!
Abraço.
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