Já os cães tinham ladrado tudo
quando os pássaros se recolheram
em coro nos jacarandás
e tu chegavas alada
da ciranda
para repousar no parapeito
da minha janela
Aqui tão perto ressoavam
os meus silêncios preferidos
nas marés desgrenhadas
os teus olhos de púrpura
recolhidos em ânforas
numa feira de barro
para ficares mais leve de palavras
Sereníssima afloraste o velho alaúde
mas foi da escarpa onde te vejo
que nunca saberei quem és
a projectar réstias de sol
nas sombras vertebradas
que movem os teus dedos
Eufrázio Filipe
Sombras Vertebradas, em Mar Arável
1 comentário:
Grato com estima
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