Não duvido que o mundo no seu eixo
Gire suspenso e volva em harmonia;
Que o homem suba e vá da noite ao dia,
E o homem vá subindo insecto e seixo.
.
Não chamo a Deus tirano, nem me queixo,
Nem chamo ao céu da vida noite fria:
Não chamo à existência hora sombria;
Acaso, à ordem; nem à lei desleixo.
.
A Natureza é minha mãe ainda...
É minha mãe... Ah, se eu à face linda
Não sei sorrir; se estou desesperado;
.
Se nada há que me aqueça esta frieza;
Se estou cheio de fel e de tristeza...
É de crer que só eu seja o culpado!
Gire suspenso e volva em harmonia;
Que o homem suba e vá da noite ao dia,
E o homem vá subindo insecto e seixo.
.
Não chamo a Deus tirano, nem me queixo,
Nem chamo ao céu da vida noite fria:
Não chamo à existência hora sombria;
Acaso, à ordem; nem à lei desleixo.
.
A Natureza é minha mãe ainda...
É minha mãe... Ah, se eu à face linda
Não sei sorrir; se estou desesperado;
.
Se nada há que me aqueça esta frieza;
Se estou cheio de fel e de tristeza...
É de crer que só eu seja o culpado!
6 comentários:
Maria Josefa, se bem entendi o poema, e não é seguro que tal tenha sucedido, há momentos em que só nos podemos queixar de nós próprios; de pouco vale procurar culpas nos outros, no destino ou num qualquer deus, porque somos nós a causa dessa má sorte.
Apropriado para o presente, bem escolhido.
um abraço
(espero ter feito a "leitura" correcta)
As dolorosas interioridades do sofrido Antero.
Lindo como todos os seus sonetos.
Um abraço, Maria Josefa.
Paulo,
Fez um boa leitura do Soneto de Antero e também da altura propícia para eu o ter escolhido.
Quando estamos de mal connosco e com o mundo, muito facilmente atribuímos as culpas ao mundo sem procurar olhar um pouco para mais fundo de nós mesmos e nos apercebermos de que a causa do nosso sofrimento está muitas vezes em nós mesmos. Talvez porque seja mais fácil culpar o que nos é exterior como se isso resolvesse os nossos problemas.
Obrigada e um abraço.
Miguel, muito obrigada pelo seu comentário.
As interioridades de Antero são riquíssimas e são muitas vezes o espelho das nossas.
Um abraço.
PROVA mais que provada do seu ROMANTISMO, este lindo soneto!Não culpar ninguém pelos males da sua vida, mas culpar-se a ele próprio ,como ser humano- como tal imperfeito!-pelos males da vida onde ele não soube ou não quis ,viver!A eterna procura de DEUS...
BEIJO DE
LUSIBERO
Maria Ribeiro, muito obrigada pelo seu comentário.
beijinho.
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